É extraordinária a profusão de rotundas que se tem observado nos últimos anos em Portugal, das mais majestosas, enfeitadas com monumentos, estátuas, esculturas e outras manifestações de cariz artístico (por vezes de qualidade e gosto duvidoso), às mais simples, quase simbólicas, por vezes até com um aspecto tosco e inacabado.
O facto é que a “rotunda” tem vindo a afirmar-se cada vez mais como solução óbvia para a resolução de qualquer dilema de "intersecção arterial" dentro e fora das localidades nacionais.
Será porque no longo prazo se tornam menos dispendiosas para os municípios? Pois ao contrário dos cruzamentos com semáforos, não requerem o uso de electricidade e exigem custos inferiores de manutenção? É claro que as rotundas demasiado grandes acabam por também ter semáforos. E há ainda aquelas que são iluminadas durante a noite. E não podemos esquecer a limpeza das manifestações artísticas, o aparar da relva e o podar das árvores que algumas têm. Talvez a resposta esteja então na fluidez de trânsito que estas permitem, quando comparadas com os tradicionais e obsoletos cruzamentos e os seus semáforos. No caso da rotunda, basta chegar primeiro e "é sempre a andar". Ainda assim, quem habita ou percorre os grandes centros urbanos, já se deparou ou depara diariamente, com grandes filas de trânsito que convergem para estas rodelas mágicas do planeamento urbanístico. Sinceramente e apesar de há muito tempo reflectir sobre esta questão, acerca do porquê da vitória esmagadora da “rotunda”, não encontro uma resposta que seja satisfatória.
Mas para mim, o facto mais curioso e intrigante no que toca à propagação da rotunda em Portugal, está relacionado com a insistência numa solução em relação à qual, os condutores portugueses demonstram uma inépcia crítica na compreensão das suas regras básicas de funcionamento.
(Recordo um episódio caricato decorrido há uns anos atrás, aqui em Lisboa. Dirigia-me num táxi para o centro comercial das Amoreiras, quando esse mesmo táxi, ao arrancar num sinal verde, na rotunda do Marquês de Pombal, foi abalroado violentamente por outro carro, o que nos levou, a mim e à pessoa que me acompanhava na altura, a fazer o restante percurso a pé, devido ao choque em que nos encontrávamos em consequência do acidente. Surpreendentemente não houve ferimentos graves mas o caso ainda valeu uma radiografia à minha acompanhante, devido a uma contusão na cabeça e uns anos mais tarde uma ida a tribunal a ambos, como testemunhas. Um par de horas depois, já de regresso a casa, apanhámos novamente um táxi e ao chegar à rotunda do Marquês, achámos curioso o “nosso” 1º táxi, o sinistrado, ainda se encontrar no local, com o carro que servira de aríete encaixado na carroçaria mas desta feita com a polícia a tomar conta da ocorrência. Enquanto trocávamos impressões sobre o assunto e em simultâneo satisfazíamos a curiosidade do presente taxista acerca dos pormenores do acidente e do facto de termos participado nele, dá-se um novo embate, entre o “nosso” 2º táxi e outro automóvel. Sinceramente, até hoje não sei de quem foi a culpa neste 2º acidente, nem sei muito bem o que aconteceu. Apenas nos despedimos do taxista, abrimos as portas do taxi e fomos embora para casa, a pé.)
O facto é que a “rotunda” tem vindo a afirmar-se cada vez mais como solução óbvia para a resolução de qualquer dilema de "intersecção arterial" dentro e fora das localidades nacionais.
Será porque no longo prazo se tornam menos dispendiosas para os municípios? Pois ao contrário dos cruzamentos com semáforos, não requerem o uso de electricidade e exigem custos inferiores de manutenção? É claro que as rotundas demasiado grandes acabam por também ter semáforos. E há ainda aquelas que são iluminadas durante a noite. E não podemos esquecer a limpeza das manifestações artísticas, o aparar da relva e o podar das árvores que algumas têm. Talvez a resposta esteja então na fluidez de trânsito que estas permitem, quando comparadas com os tradicionais e obsoletos cruzamentos e os seus semáforos. No caso da rotunda, basta chegar primeiro e "é sempre a andar". Ainda assim, quem habita ou percorre os grandes centros urbanos, já se deparou ou depara diariamente, com grandes filas de trânsito que convergem para estas rodelas mágicas do planeamento urbanístico. Sinceramente e apesar de há muito tempo reflectir sobre esta questão, acerca do porquê da vitória esmagadora da “rotunda”, não encontro uma resposta que seja satisfatória.
Mas para mim, o facto mais curioso e intrigante no que toca à propagação da rotunda em Portugal, está relacionado com a insistência numa solução em relação à qual, os condutores portugueses demonstram uma inépcia crítica na compreensão das suas regras básicas de funcionamento.
(Recordo um episódio caricato decorrido há uns anos atrás, aqui em Lisboa. Dirigia-me num táxi para o centro comercial das Amoreiras, quando esse mesmo táxi, ao arrancar num sinal verde, na rotunda do Marquês de Pombal, foi abalroado violentamente por outro carro, o que nos levou, a mim e à pessoa que me acompanhava na altura, a fazer o restante percurso a pé, devido ao choque em que nos encontrávamos em consequência do acidente. Surpreendentemente não houve ferimentos graves mas o caso ainda valeu uma radiografia à minha acompanhante, devido a uma contusão na cabeça e uns anos mais tarde uma ida a tribunal a ambos, como testemunhas. Um par de horas depois, já de regresso a casa, apanhámos novamente um táxi e ao chegar à rotunda do Marquês, achámos curioso o “nosso” 1º táxi, o sinistrado, ainda se encontrar no local, com o carro que servira de aríete encaixado na carroçaria mas desta feita com a polícia a tomar conta da ocorrência. Enquanto trocávamos impressões sobre o assunto e em simultâneo satisfazíamos a curiosidade do presente taxista acerca dos pormenores do acidente e do facto de termos participado nele, dá-se um novo embate, entre o “nosso” 2º táxi e outro automóvel. Sinceramente, até hoje não sei de quem foi a culpa neste 2º acidente, nem sei muito bem o que aconteceu. Apenas nos despedimos do taxista, abrimos as portas do taxi e fomos embora para casa, a pé.)