Até que enfim um elogio a Maria Filomena Mónica! Ainda por cima sentido, honesto e descomplexado. Estava a ver que as críticas a um livro polémico iriam ficar pelas apreciações hipócritas e moralistas de criaturas que gostam de se ver como cosmopolitas - ler, como exemplo, JPH no Glória Fácil (com a atenuante de já ter pedido desculpa) - e Manuel na Grande Loja do Queijo Limiano. O Martim tem toda a razão.
Filomena Mónica teve coragem para escrever um livro que muitos - a começar pelos protagonistas da sua história - não queriam. Sendo uma mulher emancipada - ao contrário de muitas portuguesas - assumiu descomplexadamente a sua vida intíma, suscitando censura até nos esquerdistas bem pensantes - aqueles que defendem, entre outras grandes causas, a educação sexual e a distribuiçao dos preservativos nas escolas.
De facto, o livro vale não só pela qualidade da escrita, como também pelo retrato polaroid que Filomena Mónica faz do Portugal do Estado Novo com os olhos de uma rapariga/muulher da burguesia lisboeta. Vale também pela descrição de parte da elite sócio-económica do Estado Novo e dos chamados católicos progressistas, além de permitir conhecer um pouco melhor alguns intelectuais que, através da comunicação social, vieram ganhar importância no pós-25 de Abril como Pulido Valente, António Pedro Vasconcelos, César Monteiro, etc. Mas, essencialmente, vale a pena porque descreve parte da vida de uma mulher que quis ir mais além do que a sua família - e o Estado Novo - planeara para ela. Vale a pena, enfim, por descreve a luta de uma mulher pela sua empancipação.
Estranho, aliás, que o feminismo histérico residente no Glória Fácil ainda não tenha dado sinais de vida. Será que é pelo facto de, nesta história, não existir nenhuma bandeira de arco íris?
Filomena Mónica teve coragem para escrever um livro que muitos - a começar pelos protagonistas da sua história - não queriam. Sendo uma mulher emancipada - ao contrário de muitas portuguesas - assumiu descomplexadamente a sua vida intíma, suscitando censura até nos esquerdistas bem pensantes - aqueles que defendem, entre outras grandes causas, a educação sexual e a distribuiçao dos preservativos nas escolas.
De facto, o livro vale não só pela qualidade da escrita, como também pelo retrato polaroid que Filomena Mónica faz do Portugal do Estado Novo com os olhos de uma rapariga/muulher da burguesia lisboeta. Vale também pela descrição de parte da elite sócio-económica do Estado Novo e dos chamados católicos progressistas, além de permitir conhecer um pouco melhor alguns intelectuais que, através da comunicação social, vieram ganhar importância no pós-25 de Abril como Pulido Valente, António Pedro Vasconcelos, César Monteiro, etc. Mas, essencialmente, vale a pena porque descreve parte da vida de uma mulher que quis ir mais além do que a sua família - e o Estado Novo - planeara para ela. Vale a pena, enfim, por descreve a luta de uma mulher pela sua empancipação.
Estranho, aliás, que o feminismo histérico residente no Glória Fácil ainda não tenha dado sinais de vida. Será que é pelo facto de, nesta história, não existir nenhuma bandeira de arco íris?
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