quarta-feira, abril 26, 2006

Política da Terra Queimada



Sucessivamente, governo atrás de governo, a política da “terra queimada” tem sido uma prática constante neste país. Mesmo sendo metafórico, talvez o termo “queimada” ainda assim não seja o mais correcto. “Pilhada”, “estropiada”, “abusada”, “violada” ou “corrompida”, serão porventura termos mais próximos do que sente esta “terra”, que no fundo somos nós. O problema é que já se vai sentindo que não resta muito mais terra para queimar, mas os governantes parecem não ter essa noção, cegueira talvez causada pela sede interminável do combustível com que se alimentam.

Metáforas à parte, penso que Portugal se encontra numa situação altamente volátil e parece que ninguém se está a aperceber disso. Os governos e as classes influentes deste país continuam a gerar dívida, baixa produtividade, escudando-se nos labirintos burocráticos que se alimentam da corrupção, gastando cada vez mais, cobrando cada vez mais, pagando cada vez menos.

É cada vez mais transparente a barreira entre os ladrões saqueadores e aqueles que são saqueados. O fosso entre os ricos e os pobres é cada vez maior, a incompetência do país cada vez mais visível, as soluções cada vez mais impossíveis e demagógicas.
Pergunto-me às vezes quanto tempo faltará para uma nova revolução. Desta feita não política mas social. Receio que, caso não se dê uma inversão rápida da situação económica do país, um dia acordemos para um banho de sangue, uma insurreição popular à séria, uma guerra de fogo e aço que faça ver ao mundo que afinal este povo manso e submisso à vilanagem afinal não o era. Basta que alguém se dê ao trabalho de compilar algumas regras básicas da propaganda e criar um discurso actual e contemporâneo, que faça sentido junto dos que se sentem explorados... E não serão poucos nos dias que correm.

2 comentários:

Anónimo disse...

E viva a clarividência!

Anónimo disse...

e podemos cortar umas cabecitas, podemos?
moz