terça-feira, julho 24, 2007

O Regresso do Corvo!



Após um longo período de ausência devido a múltiplas questões do foro profissional, este corvo volta a rasar baixinho os vastos campos semeados de letras da blogoesfera.

Sempre atento ao desenrolar desta narrativa desenfreada, que é a vida, faltam-me as palavras neste regresso tardio. Ou melhor, as palavras não me faltam, não sei é por onde começar, o que no fundo vai dar ao mesmo. Folgo em constatar que esta história sem fim, que lentamente se desenrola, continua a conter todos os ingredientes da arte maior, alternando com sabedoria entre os vários registos que fazem de uma narrativa um prazer completo e complexo. Haja comédia, paixão, drama, aventura, terror.

Um Benfica cor-de-rosa e feliz, quase chinês por um triz, um primeiro-ministro perdido, às escuras e o séquito de fiéis cegos que o acompanha, um Joe, que é quase Dalton, mas se disfarça de Berardo, que ocupa o CCB e dispara em todas as direcções falhando sempre o alvo (enquanto aproveita tal distracção para ir aliviando o peso de umas moedas aos que ficam a olhar para o ar), um Verão primaveril, a fórmula 1 que já não dá, o futebol que está sempre a dar, o Pinto da Catarina que vai ao castigo, a televisão que teima em dar mais do mesmo e do mesmo consegue sempre dar mais, um Penim que tarda em desaparecer, o Lula e o Choco a trocar tinta, os prós e os contras que a nada levam, as Chiquititas que Juram Vingança da Floribella, uma câmara sem presidente, um candidato que queria extinguir o IPPAR, meter água com a EPUL, fazer não se sabe bem o quê com a EPAL, para no fundo extinguir o IPPAR... Uns partos aqui, uns óbitos acolá, cada vez nascem menos, isto anda ao Deus dará… No Iraque tudo na mesma, vão morrendo a conta-gotas e o cowboy todo contente… Pelas Américas revolta-se a gente, cada vez mais limpinhos e ecológicos, do Prius ao Hummer, todos deitam água de colónia dos escapes, com cheirinho a alfazema… Os lusos lá vão reconquistando o mundo há muito perdido, uns poços de petróleo em Angola, umas auto-estradas nos States, o Renova preto sempre a dar… Uma desgraça no Japão, a Maddie que vale um milhão, o Milhafre desaparecido, o cinema que está perdido, na música a mesma coisa, neste mundo meio combalido, passarinho preso na loisa…

Lamento o tom fraudulento e enganador, mas como avisei ao início, estou perdido neste emaranhado de acontecimentos que alternam entre o hilário e o lúgubre. Pode ser que com o tempo me vá reencontrando.

O Corvo.

2 comentários:

Rita disse...

Tão lúbregue e poético, pareces o corvo do Alan Poe...LOL

Anónimo disse...

Aguardo o dia em que, com mestria, trabalharás imagens como trabalhas as palavras...