Há cerca de dois anos e meio atrás, atingi o limite da minha paciência relativamente aos serviços prestados pela PT, sob a imagem de um sapo que se dizia veloz e eficaz, não o sendo. Estava também farto da malograda assinatura fixa cobrada pelos mesmos senhores, no serviço que ostenta a bandeira da casa mãe. Posto isto, restava-me encontrar algo na concorrência que me fosse mais favorável.
Curiosamente não demorou muito até que, um belo dia sentado na esplanada da minha rua, me apercebesse de uma pequena manifestação simulada, composta por jovens, cheios de flores estampadas na cara e empunhando cartazes que diziam: “Revolução das Flores – A Queda da Assinatura Telefónica”. No lugar dos “O’s” na primeira frase, estavam os logótipos da Clix e da Novis, eles próprios flores simbolizando uma liberdade anunciada. Fiquei curioso mas nada fiz para me inteirar do que afinal significava tudo aquilo. Permaneci sentado, a beber o meu café, ponderando a possibilidade de trocar o sapo por umas flores.
Curiosamente não demorou muito até que, um belo dia sentado na esplanada da minha rua, me apercebesse de uma pequena manifestação simulada, composta por jovens, cheios de flores estampadas na cara e empunhando cartazes que diziam: “Revolução das Flores – A Queda da Assinatura Telefónica”. No lugar dos “O’s” na primeira frase, estavam os logótipos da Clix e da Novis, eles próprios flores simbolizando uma liberdade anunciada. Fiquei curioso mas nada fiz para me inteirar do que afinal significava tudo aquilo. Permaneci sentado, a beber o meu café, ponderando a possibilidade de trocar o sapo por umas flores.
Poucos dias depois, bateu-me à porta um jovem, enérgico, simpático e desenvolto no discurso, como todos os jovens ávidos por ganhar uns trocos. Era um deles, um desses bravíssimos revolucionários das flores, que combatia ferozmente a ideia de uma velha ditadura nas telecomunicações em Portugal e que ainda por cima cobrava uma assinatura fixa. Esclareceu-me sobre o que oferecia o serviço prestado pelos revolucionários e a coisa pareceu-me bem. O dobro da velocidade o mesmo preço e o fim da malograda assinatura. Passados uns dias selámos o acordo.
Os 15 de prazo para a activação do novo serviço, transformaram-se em 75. A ditadura da PT mostrava o seu poder e como sempre (em Portugal) foram usados todos os “buracos” legais possíveis para retardar o processo. Foi então que me apercebi da impotência (clássica) do organismo regulador, essa frágil fachada chamada ANACOM. Muitos telefonemas e faxes depois, o problema foi finalmente resolvido e deu-se inicio cá em casa a uma nova era, a era da liberdade e das flores. O sapo, depois de engolido e digerido, estava finalmente pelas costas.
Tudo corria bem, de facto às mil maravilhas. O serviço contratado, de 1Mb, transformava-se, passados uns dias, em 2Mb, ao mesmo preço. Passados uns meses já eram 4Mb e o preço mantinha-se… Fazia lembrar a bolsa, quando se compra uma acção vencedora no momento do seu disparo. E assim convivemos alegremente, eu e as flores, com o sapo há muito esquecido e a ditadura também. Por esta altura a Clix oferecia aos seus clientes um leque de opções de uma variedade admirável. 2Mb, 4Mb, 8Mb e adivinhavam-se no horizonte os 16Mb que arrasariam decerto toda a concorrência. Da minha boca apenas saíam sorrisos e elogios, sob o olhar invejoso de amigos e colegas, ainda subjugados pela ditadura, quando o assunto, aos fornecedores de telecomunicações dizia respeito. De facto as flores tinham mudado a minha vida e fizeram-me acreditar que algures, alguém estava efectivamente a beneficiar os interesses do consumidor.
Como não há bela sem senão (e estamos em Portugal), em Dezembro passado o sonho acabou. Subitamente, a democrática e revolucionária Clix, abandona o vasto leque de opções que até então oferecia, passando a uma estratégia de sacanagem subliminar, disfarçada de grande oferta. Aos clientes que, como eu, usavam o serviço de 4Mb ou os outros, dos 8Mb, seria feito um upgrade automático para o novo serviço de 16 Mb, o qual, mais uma vez, custaria o mesmo mas implicava, para a maioria dos clientes, uma troca de equipamento, essa sim, paga pelos mesmos (caso contrário não seria possível tirar qualquer proveito da nova velocidade). As opções de 4Mb e 8Mb desapareciam, deixando um fosso gigantesco entre os 2Mb e os 16Mb agora disponíveis. Escapou-me por completo o seguinte: se 16Mb iriam custavar o mesmo que 4Mb e 8 Mb, porque é que 2Mb continuavam ao mesmo preço?
Senti pela primeira vez um profundo desagrado com a estratégia da empresa da flores. Pedi então um downgrade dos meus antigos 4Mb para 2Mb. Não estava disposto a comprar equipamento nenhum e percebi que nunca tiraria partido de tudo o que me era oferecido no pacote dos 16Mb. À data desta alteração, o serviço de 2Mb custava por mês 22,90 Euros, contra os 34,90 Euros dos 16Mb. Apesar de tudo, esta opção não só era muito mais ajustada ao meu tipo de consumo, como representaria uma poupança considerável, na ordem dos 144 Euros por ano. Embora desagradado com a situação e estratégia, mais uma vez tudo decorria sem problemas e o downgrade foi efectuado sem demora.
Os 15 de prazo para a activação do novo serviço, transformaram-se em 75. A ditadura da PT mostrava o seu poder e como sempre (em Portugal) foram usados todos os “buracos” legais possíveis para retardar o processo. Foi então que me apercebi da impotência (clássica) do organismo regulador, essa frágil fachada chamada ANACOM. Muitos telefonemas e faxes depois, o problema foi finalmente resolvido e deu-se inicio cá em casa a uma nova era, a era da liberdade e das flores. O sapo, depois de engolido e digerido, estava finalmente pelas costas.
Tudo corria bem, de facto às mil maravilhas. O serviço contratado, de 1Mb, transformava-se, passados uns dias, em 2Mb, ao mesmo preço. Passados uns meses já eram 4Mb e o preço mantinha-se… Fazia lembrar a bolsa, quando se compra uma acção vencedora no momento do seu disparo. E assim convivemos alegremente, eu e as flores, com o sapo há muito esquecido e a ditadura também. Por esta altura a Clix oferecia aos seus clientes um leque de opções de uma variedade admirável. 2Mb, 4Mb, 8Mb e adivinhavam-se no horizonte os 16Mb que arrasariam decerto toda a concorrência. Da minha boca apenas saíam sorrisos e elogios, sob o olhar invejoso de amigos e colegas, ainda subjugados pela ditadura, quando o assunto, aos fornecedores de telecomunicações dizia respeito. De facto as flores tinham mudado a minha vida e fizeram-me acreditar que algures, alguém estava efectivamente a beneficiar os interesses do consumidor.
Como não há bela sem senão (e estamos em Portugal), em Dezembro passado o sonho acabou. Subitamente, a democrática e revolucionária Clix, abandona o vasto leque de opções que até então oferecia, passando a uma estratégia de sacanagem subliminar, disfarçada de grande oferta. Aos clientes que, como eu, usavam o serviço de 4Mb ou os outros, dos 8Mb, seria feito um upgrade automático para o novo serviço de 16 Mb, o qual, mais uma vez, custaria o mesmo mas implicava, para a maioria dos clientes, uma troca de equipamento, essa sim, paga pelos mesmos (caso contrário não seria possível tirar qualquer proveito da nova velocidade). As opções de 4Mb e 8Mb desapareciam, deixando um fosso gigantesco entre os 2Mb e os 16Mb agora disponíveis. Escapou-me por completo o seguinte: se 16Mb iriam custavar o mesmo que 4Mb e 8 Mb, porque é que 2Mb continuavam ao mesmo preço?
Senti pela primeira vez um profundo desagrado com a estratégia da empresa da flores. Pedi então um downgrade dos meus antigos 4Mb para 2Mb. Não estava disposto a comprar equipamento nenhum e percebi que nunca tiraria partido de tudo o que me era oferecido no pacote dos 16Mb. À data desta alteração, o serviço de 2Mb custava por mês 22,90 Euros, contra os 34,90 Euros dos 16Mb. Apesar de tudo, esta opção não só era muito mais ajustada ao meu tipo de consumo, como representaria uma poupança considerável, na ordem dos 144 Euros por ano. Embora desagradado com a situação e estratégia, mais uma vez tudo decorria sem problemas e o downgrade foi efectuado sem demora.
Nos últimos dias de Janeiro último, deparei-me finalmente com a mais suja de todas as jogadas, típica de quem há muito esqueceu o espírito revolucionário e se acomodou à sua parcela no poder. O serviço de 2Mb passou a custar 29,90 Euros! É certo que agora oferecem 10GB de tráfego em vez de 5GB… So what? Eu escolhi a modalidade pelo seu preço e não pelo que era oferecido. Acho patético que neste momento 2Mb custem quase o mesmo que 16Mb. A estratégia é óbvia e irritante: Aproximar ridiculamente os preço de dois serviços tão díspares no seu potencial de modo a “empurrar” os clientes para o mais caro. Mais uma vez senti que a ilusão de que um negócio onde em primeiro lugar estejam os interesses do cliente é pura ilusão e que basta algum tempo no “poder” para que o fascista adormecido no intímo de qualquer revolucionário desperte e copie os comportamentos daqueles que um dia combateu. Mas em Portugal, este é um clássico nacional!
4 comentários:
Também é assim...
ao passar para 29.90 também desapareceu a obrigatoriedade de fazer um consumo minimo de 5 euros em chamadas. o que para o meu ponto de vista explica um pouco a passagem de 22.90 para 29.90.
bc
Eu debato-me com um problema de semelhante ditadura com a TVCabo, meu fornecedor tanto de TV como de Net. O serviço é intermitente, com constantes quedas de ligação, mas ainda tenho que esperar que a concorrência se estique pela minha rua.
Em resposta ao anonymous, que se revela ser "bc":
Nesse caso, o minimo a fazer para cobrir o suposto "prejuizo", seria amentar o preço 5 Euros, o que no final totalizaria um preço de 27,90! No fundo continuam a haver 2 Euros de chulice!
Mas obrigado pela informação na mesma.
Atenciosamente,
PL
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