A questão que pretendo abordar com a exposição do artigo seguinte, prende-se com uma grande preocupação minha no que toca ao tema da “responsabilidade” quando se fala no monstruoso grau de sinistralidade automóvel que se vive em Portugal. Mais uma vez é o caminho do fácil e aparentemente óbvio que reina quando se trata de justificar as razões para este flagelo. A culpa é sempre do condutor e sempre pelas mesmas razões: Excesso de álcool e excesso de velocidade (nunca é sequer mencionada a velocidade excessiva, essa sim, causa de muitos acidentes e mortes na estrada). E a própria estrada? Quem não correu já o risco de sofrer um acidente devido ao mau estado de conservação, ao traçado incompetente ou à má sinalização de uma via? E nestes casos, quem se responsabiliza? Quem paga multas ou vai a tribunal acusado como assassino? Espero que o texto seguinte vos ajude, como a mim ajudou, a compreender uma parte das causas deste grave problema.
FALTAM 100 MIL QUILÓMETROS POR CLASSIFICAR
PORTUGAL É REINO DE ESTRADAS SEM DONO
Os números são impressionantes. E elucidativos. Em Portugal, em pleno século XXI, existem ainda cerca de 100 mil quilómetros de estradas sem “proprietário”. Ou seja, vias pelas quais ninguém responde e cujas condições de circulação atingem, muitas vezes, o grau zero. Como se observa no gráfico* apresentado pelo Centro Rodoviário Português, as redes municipais são aquelas que mais preocupam, já que ninguém lhes parece querer pegar. Sabe-se que a administração central pretende passá-las para a esfera de competências das autarquias. E que estas se dizem sem condições financeiras para as suportar sob a sua tutela. O consenso não se avizinha para breve, mas, segundo fonte afecta ao ministério das Obras Públicas, passará pela participação activa de empresas privadas na responsabilidade, gestão e manutenção destes troços verdadeiramente “órfãos” de pai e de mãe.
In: Automotor, nº195 – Vol. 17 – Setembro de 2005
*Na impossibilidade de reproduzir a imagem do gráfico, coloco abaixo uma lista com os valores indicados no mesmo.
EXTENSÃO ACTUAL CLASSIFICADA:
Auto-Estradas: 3.000 Km
Rede Nacional: 8.000 Km
Redes Regionais: 5.000 Km
Redes Municipais: 100.000 Km
EXTENSÃO A CLASSIFICAR:
Auto-Estradas: 0 Km
Rede Nacional: 0 Km
Redes Regionais: 15.000 Km a 20.000 Km
Redes Municipais: 80.000 Km a 100.000 Km
FALTAM 100 MIL QUILÓMETROS POR CLASSIFICAR
PORTUGAL É REINO DE ESTRADAS SEM DONO
Os números são impressionantes. E elucidativos. Em Portugal, em pleno século XXI, existem ainda cerca de 100 mil quilómetros de estradas sem “proprietário”. Ou seja, vias pelas quais ninguém responde e cujas condições de circulação atingem, muitas vezes, o grau zero. Como se observa no gráfico* apresentado pelo Centro Rodoviário Português, as redes municipais são aquelas que mais preocupam, já que ninguém lhes parece querer pegar. Sabe-se que a administração central pretende passá-las para a esfera de competências das autarquias. E que estas se dizem sem condições financeiras para as suportar sob a sua tutela. O consenso não se avizinha para breve, mas, segundo fonte afecta ao ministério das Obras Públicas, passará pela participação activa de empresas privadas na responsabilidade, gestão e manutenção destes troços verdadeiramente “órfãos” de pai e de mãe.
In: Automotor, nº195 – Vol. 17 – Setembro de 2005
*Na impossibilidade de reproduzir a imagem do gráfico, coloco abaixo uma lista com os valores indicados no mesmo.
EXTENSÃO ACTUAL CLASSIFICADA:
Auto-Estradas: 3.000 Km
Rede Nacional: 8.000 Km
Redes Regionais: 5.000 Km
Redes Municipais: 100.000 Km
EXTENSÃO A CLASSIFICAR:
Auto-Estradas: 0 Km
Rede Nacional: 0 Km
Redes Regionais: 15.000 Km a 20.000 Km
Redes Municipais: 80.000 Km a 100.000 Km
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2 comentários:
Sem duvida um post actualissimo, que toda a gente deveria ler com atenção. Bom post. Cumprimentos.
Não posso deixar de agradecer a simpatia e amabilidade do seu comment. Era bom que cada vez mais pessoas fossem sensíveis a um tema que nos toca a todos, quando no fundo se trata de uma questão de respeito (ou falta dele) pela vida humana.
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