terça-feira, fevereiro 05, 2013

E a Responsabilidade!

Quase toda a gente que escreve comentários a barafustar contra quem obtém lucros milionários na Bolsa gostaria, porventura, de estar na posição dos ganhadores.
Seria decerto mais fácil e arranjaria - naturalmente - desculpas 'de bom pagador' para o facto de a sociedade onde vivemos (e incluo o mundo ocidental) ser desequilibrada, de haver algumas pessoas excessivamente ricas e outras escandalosamente pobres e, até, como último argumento acenarem com a teoria das espécies do nosso anterior Darwin.

O que atrás escrevi não passa de uma presunção. Mas que desta me encontro convencido ou quase, aceito!

O que me parece injusto - porque não deve ser notícia! - é a ignorância (ou libertinagem?) que existe na generalidade da comunicação social, em geral que, presumivelmente devido à falta de notícias (como se houvesse falta de notícias!), se dedicam a preencher páginas analógicas e digitais com chamamentos à desestabilização do território português.

Não é por acaso que cada vez mais se lê, prazeirosamente - e que bom haver tecnologia global disponível -, alguma imprensa secular, proveniente de regiões onde o respeito pela democracia impera, onde se valoriza o que é importante para o mundo, deixando apenas aos sensacionalistas - que até são capazes de pôr em risco a vida de pessoas, verdadeiros predadores da vida pessoal de cada um, seja este muito rico ou muito pobre - os títulos que menos interessam ao bom desenvolvimento de soluções reformistas.

E falo em reformistas porque não houve nem haverá qualquer tipo de revolução violenta que reforme o que a Humanidade em si contém: o gérmen da discórdia, dos desequilíbrios, da agressividade e do exercício da violência, seja esta o que for. Também contém o amor, a solidariedade, a compaixão e por último, a hipocrisia. E também tem a humanidade a capacidade de dar. E de receber.

Não pretendo entrar em qualquer incursão sobre o conceito de sociedade em termos humanos, políticos, sociais ou económicos porque do modo que a notícia se revela não parece carecer de contestação. É apenas gratuita nos seus propósitos ou leviandade.

Embora possa parecer, democracia não é isto! Não deve ser. A democracia tem limites. Contém inúmeros limites. O primeiro - de muito difícil cumprimento - é o respeito pelo outro. O respeito não é uma qualidade de ditadura, é, em termos genéticos, qualidade da Democracia.  

A liberdade de imprensa deve ter limites para que seja credível; de outro modo é caótica, não é imprensa, não é nada. É um panfleto que passeia pelas ruas e pelos monitores em casa de cada um.
Não quero afirmar que o que se passa nesta tal sociedade ocidental hoje também se possa apelidar de democracia; contudo,  existem princípios que fazem com que as sociedades se mexam sem derrocar e que se paguem ordenados a legítimos profissionais da escrita. 
E o sistema não é perfeito. A democracia necessita dos cidadãos. De todos. Não há cidadãos em fora de jogo ou no banco dos suplentes, preparados para entrar. A democracia joga-se todos os dias. Mas é precisamente dos órgãos que se querem não populistas e sim impulsionadores de melhoras na massa crítica do país a que pertencem que deve vir o exemplo maior.

Infelizmente, o que se vê hoje mais na imprensa são as pequenas lutas de bairro luso, copiando ou incrementando o que se vai passando nos pobres bastidores da política nacional. E não sendo eu jornalista apenas reafirmo aqui o que já vi escrito por verdadeiros jornalistas que se sentem hoje defraudados com o papel que a comunicação social vai desempenhando nesta sociedade enferma.

Se me perguntam se concordo com as diferenças que existem na várias sociedades ocidentais, não, não concordo.
Sou evidentemente favorável a que encontremos a justiça na repartição e sou favorável a que se ajude quem precisa, mas que se encontrem as razões para que esta diferença hoje exista. E muitos mais como eu, cidadão eleitor, assinarão o que aqui se encontra agora escrito.

Onde reside então o verdadeiro problema?

Se me perguntam se concordo com o estado das coisas em Portugal? Não, naturalmente não concordo. 
Estou contrariado com este estado de coisas. Estou contrariado com o facto de este ser um território de capelinhas, umas à esquerda e outras à direita que se vão degladiando à medida que se esgota a república, levando consigo a democracia que antes se anunciou. 

Estou contra e também porque é fácil estar contra. 
Mas sou a favor de um país que não é pequeno e que se chama Portugal. 
Mário Soares escreveu que Portugal não era um país pequeno e eu, como muitos outros, rejubilei. Nunca foi pequeno, foi sempre decisivo. Pelo bem e pelo mal.

Sou também a favor de uma Europa que é enorme mas que tem - talvez - à sua frente gente de curta dimensão. Não a Europa do dinheiro trocado em euros. Não uma Europa de igreja em que há papa, arcebispos, cardeais, duques, condes, traições e por aí. Porque depois vêm as descendências e as heranças. Tal qual como na realeza. E tudo em nome do povo!

Esta pode parecer uma afirmação perigosa mas as carruagens sempre andaram melhor com bons cocheiros e a democracia precisa de gente com essa aptidão, de gente que perceba que a massa humana e que o planeta depende das veias e do sangue, que o povo e o planeta sofrem de dores que parecem não passar pela surdez sistematica de quase todos os responsáveis
E parte substancial da chamada comunicação social não se encontra sem culpas. Faz parte do mau momento.

HÁ DA PARTE DE QUEM COMANDA E EDITA PREOCUPAÇÕES COM UM FACTOR CHAMADO 'CONSEQUÊNCIA' DA MENSAGEM?

Em teoria: A VIOLÊNCIA VENDE MUITO MELHOR QUE A PAZ. Deve ser este o lema a seguir?

No sistema em que vivemos, os ricos irão sempre ficar mais ricos e os pobres mais pobres.

Então, podemos começar a pensar que o sistema é mau. Se não defende os mais fracos é um mau sistema. Mas, qual é a alternativa?

O tempo é de decisões difíceis, parece haver gente pouco hábil à frente das embarcações que vão carregando vida e os problemas vão-se alastrando e dando lugar a estas tais notícias 'de vão de escada' que só ajudam à queda (vidé os comentários) e não à urgente solução de uma crise que foi inventada por um grupo de pessoas. Umas vivendo cá faz tempo, outras habitando o mundo dos decisores. Presumivelmente, haverá representantes destes a viver ao nosso lado sob contrato, o que até é normal. 
Se concordo?… Não, claro que não! 
Mas, e depois?...
 


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