terça-feira, junho 07, 2005

Um pequeno exercício de memória

Hoje fiquei a saber que o porta-voz da Associação Nacional de Farmácias (ANF) dá pelo nome de Luís Paixão Martins. Conhecido spin-doctor cá do burgo, foi também o responsável pela campanha do PS de José Sócrates nas últimas eleições legislativas.
"E...?", perguntam vocês. Nada de especial, digo eu. Apenas que as farmácias foram a primeira "vítima" do febril e contagiante estilo anti-lobbies do nosso primeiro-ministro, com a liberalização do preço dos medicamentos que não necessitem de receita médica e o fim da sua comercialização exclusiva por parte das farmácias.
E sabem o que aconteceu depois do discurso de Sócrates na tomada de posse como líder do XVI Governo Constitucional? A 26 de Maio, o Parlamento autorizou o Governo a legislar sobre a matéria, aguardando-se agora a aprovação e publicação da lei. Mas a ANF não ficou parada e, segundo o Público, já conseguiu comprar 49 por cento da filial portuguesa da maior empresa grossista da Europa, a Alliance UniChem. Com mais dois por cento do Grupo Mello, a ANF, que detém mais a quase totalidade das 2800 farmácias portuguesas, passa a controlar o mercado de distribuição de medicamentos. Desta forma, as farmácias vão poder lutar com os hipermercados, garantindo, antecipadamente, as suas margens de lucro de 20 por cento.
"E o que é que o Paxão Martins tem a ver com o caso?". Aparentemente, nada. Salvo erro, a sua empresa já detinha a conta da ANF antes das eleições legislativas.
Ao ler a notícia do Público, recordei-me só do "grande" escândalo provocado por alguma comunicação social sobre a tenebrosa influência da agência de João Libano Monteiro junto do poder executivo. Lembram-se?

1 comentário:

Anónimo disse...

E o que quer o "Milhafre" rosado insinuar com isso?